Diversidade é inclusão na prática
- Carol Russomanno
- 22 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Quando falamos sobre diversidade corporativa, não adianta ser uma empresa que levanta a bandeira e não inclui. Implantar um processo de seleção que funciona para aumentar a diversidade dentro da organização, não garante que no dia a dia estes colaboradores se sintam incluídos. E é ai que mora a verdadeira política de diversidade, quando existe inclusão real.
A efetividade para isto é ter uma política de diversidade clara, com uma liderança que abrace a causa abertamente, incorporando este aspecto na cultura da organização, onde todos os colaboradores são corresponsáveis em sustentar e fazer acontecer.
Resolvi escrever sobre o tema após me surpreender com um gestor em uma mentoria, contando as dificuldades diárias que encontrava na empresa que trabalha, em relação ao assunto. Ele me relatou que, embora exista um esforço para cumprir os padrões de diversidade, através de contratações com este foco, o ambiente e o clima da organização, não abraça a causa.
Enumerou uma série de eventos passados nos últimos meses com colaboradores sendo assediados, desrespeitados e o pior, ele como líder sem ter clareza da política e do encaminhamento a dar para cada situação. Como ele mesmo me contou, tentou ser o mais justo e humano possível frente aos acontecimentos porém, me relatou o incomodo em não ter uma base de orientação e também de suporte a tudo isso, internamente.
Claramente, se trata de uma empresa que não tem walk the talk. Neste caso, fala muito e faz de menos. Uma falha gigante na sustentação da politica de diversidade, respingando em todos os níveis: desde os colaboradores que são prejudicados, passando pelos os que acham que podem tudo, até chegar na liderança, que não sabe como conduzir os acontecimentos.
Uma forma de fazer isso funcionar na prática é ter colaboradores que sejam guardiões da diversidade. Pode ser um comitê composto por pessoas de diversas áreas que sustenta, dissemina e retroalimenta este sistema de forma contínua, pode ser alguém dentro do RH que tenha esse papel da diversidade como ponto focal ou quaisquer outras alternativas que possam ser trazidas para a estrutura da organização e mantenha o assunto como pauta integrante, resultando em uma política de inclusão verdadeira.
Diria que junto com isso, é essencial que o presidente sinalize para a organização os comportamentos que são intoleráveis, tidos como abusivos e que serão vetados caso aconteçam. E que o mesmo seja o guardião maior da diversidade, atuando como o exemplo da inclusão e colaboração para todos os colaboradores.
Enquanto o que for falado for maior do que é feito na prática, o que se chama de diversidade corporativa não tem sentido. A inclusão que é a ação de incluir, é o que faz com que a diversidade, na prática, aconteça dentro de uma organização.
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